Indústria do esporte necessita de qualificação
Fernando Trevisan *
A expectativa da realização de dois dos maiores eventos esportivos do mundo já não é novidade para os brasileiros. A questão agora são as necessidades que precisam ser cobertas para absorvê-los. E isso agora tem ocupado tempo generoso dos organizadores, governo e iniciativa privada.
A construção das arenas tem liderado as discussões. Daqui a pouco vão entrar a fundo na questão da infraestrutura de transporte – embora pitadas sobre o assunto vêm aparecendo rapidamente por meio da mídia.
Dentro desse debate, porém, um tema que não tem participado da pauta, mas possui muita importância e necessita ser tratado devido a sua influência, é a qualificação dos profissionais que atenderão às demandas da época dos acontecimentos e do legado.
Ainda não há como dimensionar quantos profissionais serão necessários para estes dois megaeventos. Mas, de acordo com o Governo Federal, teremos que qualificar cerca de 300 mil profissionais no Brasil somente para a Copa de 2014. É muita gente para capacitar até lá.
O fato é que de medicina a gestão dos negócios, precisaremos de pessoas especializadas em áreas diversas do esporte que até bem pouco tempo eram desconhecidas e pouco estruturadas por aqui.
Precisamos de profissionais preparados a tempo. A Copa das Confederações de 2013 – uma espécie de ensaio para a Copa do Mundo – vai demandar isso daqui a pouco. Faz-se necessário colocar o assunto na mesa porque em outras áreas – sem ou com megaeventos esportivos – há também indícios de falta de profissionais qualificados para suprir as demandas do desenvolvimento acelerado.
Cursos vêm surgindo no país a reboque da aproximação dos eventos esportivos. Há gente interessada. Mas ainda falta ação mais concreta de transformar a prática em um projeto de resultado factível e de acordo com as necessidades de cada segmento esportivo envolvido com a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Acima de tudo, é preciso definir esse plano para que a educação seja igualitária, de resultado e atenda aos interesses do país em um futuro mais longo do que 2016. O momento é de recuperar o atraso para transformar o esporte brasileiro em uma potência nos negócios, na alavanca social e na competitividade dentro do contexto mundial.
Estádios modernos e equipados, trem bala funcionando perfeitamente e mobilidade urbana a contento são tópicos desejosos de todos. Mas sem gente para gerir, integrar, fazer funcionar e combinar tudo isso com a premência dos acontecimentos esportivos não há como se acreditar que estaremos realizando um ótimo trabalho.
* Fernando Trevisan é presidente da Trevisan Gestão do Esporte.
E-mail: fernando.trevisan@trevisan.edu.br
Fernando Trevisan *
A expectativa da realização de dois dos maiores eventos esportivos do mundo já não é novidade para os brasileiros. A questão agora são as necessidades que precisam ser cobertas para absorvê-los. E isso agora tem ocupado tempo generoso dos organizadores, governo e iniciativa privada.
A construção das arenas tem liderado as discussões. Daqui a pouco vão entrar a fundo na questão da infraestrutura de transporte – embora pitadas sobre o assunto vêm aparecendo rapidamente por meio da mídia.
Dentro desse debate, porém, um tema que não tem participado da pauta, mas possui muita importância e necessita ser tratado devido a sua influência, é a qualificação dos profissionais que atenderão às demandas da época dos acontecimentos e do legado.
Ainda não há como dimensionar quantos profissionais serão necessários para estes dois megaeventos. Mas, de acordo com o Governo Federal, teremos que qualificar cerca de 300 mil profissionais no Brasil somente para a Copa de 2014. É muita gente para capacitar até lá.
O fato é que de medicina a gestão dos negócios, precisaremos de pessoas especializadas em áreas diversas do esporte que até bem pouco tempo eram desconhecidas e pouco estruturadas por aqui.
Precisamos de profissionais preparados a tempo. A Copa das Confederações de 2013 – uma espécie de ensaio para a Copa do Mundo – vai demandar isso daqui a pouco. Faz-se necessário colocar o assunto na mesa porque em outras áreas – sem ou com megaeventos esportivos – há também indícios de falta de profissionais qualificados para suprir as demandas do desenvolvimento acelerado.
Cursos vêm surgindo no país a reboque da aproximação dos eventos esportivos. Há gente interessada. Mas ainda falta ação mais concreta de transformar a prática em um projeto de resultado factível e de acordo com as necessidades de cada segmento esportivo envolvido com a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Acima de tudo, é preciso definir esse plano para que a educação seja igualitária, de resultado e atenda aos interesses do país em um futuro mais longo do que 2016. O momento é de recuperar o atraso para transformar o esporte brasileiro em uma potência nos negócios, na alavanca social e na competitividade dentro do contexto mundial.
Estádios modernos e equipados, trem bala funcionando perfeitamente e mobilidade urbana a contento são tópicos desejosos de todos. Mas sem gente para gerir, integrar, fazer funcionar e combinar tudo isso com a premência dos acontecimentos esportivos não há como se acreditar que estaremos realizando um ótimo trabalho.
* Fernando Trevisan é presidente da Trevisan Gestão do Esporte.
E-mail: fernando.trevisan@trevisan.edu.br