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quinta-feira, 4 de junho de 2009

:: Foi o piloto ::


Morto, sem chances de defender-se, mais um piloto de avião sinistrado acaba de ser escolhido pela mídia como culpado pelo acidente.Assim fica fácil, mas é sempre assim, podem pesquisar, porque se não se sabe quem é o culpado do acidente o circo da noticia termina,os índices de audiência caem e o jornal não vende,ninguém assiste na TV.
O que temos de deixar bem claro neste Espetaculoso noticiário da tv brasileira é que a ética foi para o saco e qualquer tentativa em freiar isto será considerada censura.
Crimes e acidentes ganham na mídia um festival de "achismos" com especialistas em tudo instigados por atilados apresentadores que por sua vez ( como Deus vivo) acham bastante.A ciência da comunicação não é considerada neste tipo de mídia espetáculo.
Vi, estarrecido, na Globo um ex-piloto acusar de frente seu colega do avião da Air France de ter errado ao entrar na nuvem, dizendo que aquilo não se faz e tal.Disse isto sem nenhuma cerimônia e atirou a ética na lata do lixo.
Imagino as produções destes programas jornalísticos procurando quem fale no assunto sob vários pontos de vista até que apareça alguém interessante com uma tese condenatória.
Termina esta fase, que já é a segunda do acidente, virão agora as ações de indenização contra a Air France, depoimentos de parentes chorando e contando historias dos desaparecidos e neste bojo estão incluídos os que não viajaram na última hora e como aparece gente que ia para Paris e desistiu em cima da hora.
É um circo !

E SE A FALHA NÃO FOI DELE?

Um equipamento presente nos modelos da Airbus 330 e 320, chamado Adiru (sigla para Air Data Inertial Reference System, unidade inercial de informação), tem um histórico de falhas em vôos que pode ter se repetido no caso do avião da Air France que caiu no domingo na costa do Brasil.

Existe possibilidade de erro de projeto ou de manutenção do aparelho, que concentra todos os dados do avião, e, em casos de acidentes, ele pode tomar "decisões erradas automaticamente". As informações foram apuradas pela reportagem da rádio BandNews FM e confirmadas pelo professor da Escola Nacional de Seguros, o engenheiro Gustavo Tavares da Cunha Mello, autor de tese de mestrado sobre acidentes aeronáuticos.

"Em 7 de outubro do ano passado uma aeronave da companhia Qantas estava seguindo de Cingapura para a Austrália, com 313 pessoas a bordo, também um Airbus 330, e de repente o Adiru entendeu que estava em velocidade muito baixa, que o avião poderia despencar, e resolveu acelerar muito e mudar o ângulo do nada. Ele estava em rota de cruzeiro e deu grande voo para cima. Aí, percebeu que estava errado e despencou. 70% dos passageiros se feriram. Depois, o piloto conseguiu controlar a aeronave e pousar e as pessoas foram medicadas."

"No dia 27 de novembro, um outro Airbus, um 320, no sul da França, estava sendo entregue pela fábrica para uma companhia da Nova Zelândia, sem passageiro, e caiu com todos pilotos e técnicos. De novo porque o Adiru resolveu tomar conta do avião, entendeu que o vôo estava errado e acabou caindo no Mediterrâneo. Era um vôo de treinamento na França."

"No dia 20 de novembro do ano passado teve um outro acidente, de Sydney para Xangai, também da Qantas, e foi a mesma coisa. Inclusive, quando teve o lançamento do A320 pela Airbus, quando se estava fazendo o vôo de demonstração, ele colidiu com algumas árvores. O mesmo sistema falhou, o piloto quis arremeter e não conseguiu e bateu nas árvores ao final da pista, num vôo de demonstração em Paris."

FALA SÉRIO!
Cumulus nimbus são nuvens que podem danificar seriamente a aeronave.
Conheça esse e outros vocábulos relacionados com o caso do Airbus.
Confira abaixo termos que estão sendo utilizados nas reportagens do acidente do avião Airbus 330-200 da companhia aérea Air France, que caiu no oceano Atlântico. A aeronave fazia a rota Rio de Janeiro-Paris e desapareceu na noite do último domingo.

- Airbus 330-200: é uma aeronave extremamente moderna. Tem 59 metros de comprimento, 17,4 metros de altura, 60,3 metros de envergadura (distância entre as pontas das asas) e capacidade para até 293 passageiros (duas classes) ou 253 (três classes: primeira, executiva e econômica).

- Air France: companhia aérea francesa. A empresa foi fundada oficialmente em 7 de outubro de 1933. Segundo seu site, a Air France tem mais de 100 mil funcionários e opera em 225 destinos.
- Caixas pretas: são dispositivos que guardam informações sobre o voo e sobre a comunicação entre os pilotos e são usados para ajudar nas investigações sobre acidentes.
- Cindacta-3: centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, que está localizado em Recife (PE).
- Cumulus nimbus: são nuvens que podem danificar seriamente o avião e até mesmo destruí-lo. Chamadas de CBs na linguagem dos pilotos, elas têm chuva e turbulência para cima e para baixo.
- C-130: aeronave Hércules com quatro motores turbohélice com grande autonomia, o que é fundamental em uma busca em alto mar. Tem boa capacidade de carga e decola e pousa de pistas curtas.
- Nautile: submarino de apenas oito metros de comprimento capaz de trabalhar a 6 mil metros de profundidade.
- Posição Intol: é o lugar na rota no qual o piloto obrigatoriamente faz contato com o controlador aéreo em terra.
- Posição Tasil: divide o espaço aéreo brasileiro com o senegalês e fica a cerca de 1.200 quilômetros de Natal (RN).
- Rat: equipamento com o qual contava o Airbus 330-200 da Air France, que desapareceu no Oceano Atlântico. Ele se abre debaixo do avião e produz energia de emergência a partir do vento.
- R99: é uma aeronave brasileira que utiliza um radar chamado de abertura sintética (SAR), que capta imagens por meio de um mecanismo de varredura.